A educação inclusiva é vista hoje como uma ação indispensável e necessária para garantir o acesso de todos à educação básica, independentemente das limitações dos usuários de tal sistema. Trata-se, na verdade, de uma ação que tem amparo na Constituição Federal de 1988, em seu art. 205, que afirma justamente isso que reproduzimos.
Mas como garantir o acesso a esse direito? Uma forma de fazer isso é mudando o pensamento da gestão escolar. Entenda melhor a seguir a relação entre gestão escolar e educação inclusiva!
O papel da gestão escolar na garantia da educação inclusiva
Nem sempre é fácil estabelecer a educação inclusiva em uma escola. Isso porque é preciso não só mudar o pensamento da gestão ou do corpo diretivo, mas executar aquilo que se pensou de forma efetiva. Existe uma distância relativamente grande entre pensar e agir, que precisa ser vencida pelos diretores/diretoras escolares.
Conforme um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo, o diretor deve ser o principal revigorador do comportamento do professor em sala de aula. Cabe a ele não só o papel de administrar a escola, mas também de pensar em ações que ajudem a instituição de ensino a se tornar um modelo de cooperação e inclusão.
Isso se faz importante porque, muitas vezes, o professor até assume o risco de implementar em suas aulas ações de inclusão educacional, mas logo é reprimido pelos pares, que dão lugar aos modelos tradicionais de ensino.
Com o apoio da diretoria escolar, os professores se sentem mais confiantes em adotar um modelo de ensino mais atualizado e voltado para o ensino-aprendizado de todos, e não apenas de um grupo de estudantes.
Por exemplo, pode o diretor estabelecer políticas de ensino que estimulem o corpo docente a aplicar novas formas de ensino voltadas para grupos sociais como autistas, portadores de Síndrome de Down, pessoas com problema de visão, entre outros. Fazendo isso, ele cria na instituição uma cultura de inclusão educacional e social, o que pode, no final das contas, garantir a ela diferenciação competitiva.
Como os diretores podem introduzir a inclusão educacional na escola?
Bom, o primeiro passo, segundo alguns especialistas, é construir uma comunidade inclusiva, em que não somente os gestores e professores tenham o direito de falar e participar, mas também os pais dos alunos e a comunidade local. Estes, mais do que ninguém, conhecem a realidade de sua comunidade e podem ajudar a escola a perceber certas necessidades.
O segundo passo consiste em desenvolver um planejamento e um currículo que atenda às necessidades locais (pessoas que precisam de atenção especial). Essa fase deve ser realizada após a reunião entre professores, pais, gestores e membros da comunidade.
O terceiro passo é voltado para a preparação do corpo docente para lidar de maneira eficiente e produtiva com os casos de inclusão. Dito de outro modo, a equipe deve ser submetida a um programa de qualificação continuada, que garanta a ela o conhecimento teórico e técnico para lidar com esse tipo de educação.
No quarto passo, os professores devem colocar em prática tudo que aprenderam em relação à educação inclusiva e refletir com o objetivo de garantir uma melhoria constante.
No entanto, tudo isso só será possível caso o corpo diretivo escolar mude a sua forma de pensar e não tenha medo de enfrentar desafios. Estimulando os professores, os gestores podem construir uma escola de qualidade e que observa a diversidade como fundamental para garantir a todos o acesso à educação.
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